quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Redução de Danos nas fronteiras e tema nos Encontros em Boa Vista






          O tráfico em região de fronteiras, o enfrentamento ao uso abusivo de drogas e os casos de hepatites virais, Aids e tuberculose entre as populações fronteiriças foram alguns dos temas discutido na tarde do primeiro dia do VI Encontro Regional de RD e X Encontro Nacional da ABORDA, em Boa Vista.  A técnica do DN DST, Aids e Hepatites Virais  Marcia Colombo  expôs as diretrizes da pasta para o tema, a representante do escritório da ONU para Drogas e Crime (UNODC) Nara Santos analisou os documentos internacionais que tratam do tema e seus  avanços em relação a criminalização e a garantia de Direitos Humanos.
           Felipe David Bittencourt  viajou quase 4 mil quilômetros de Santana do Livramento, fronteira do Uruguai, para apresentar a experiência de redução de danos nesta região de fronteira. Várias realidades semelhantes e diferentes com o vivenciado pela região norte foram apresentadas e discutidas nos debates. Segundo Felipe, a região apresenta taxas elevadas de suicídios, além do acesso a drogas de forma ampla principalmente por estar em região de fronteira e se nora assim um aumento de pessoa em situação de rua.




CRACK
A última mesa do dia teve a apresentação do médico Marcelo Campos, de Minas Gerais,  tratou de alternativas de tratamento de usuários de drogas pela ótica da redução de danos através  de conceitos e estratégias.  Segundo ele, “  usuários de crack são mais numerosos onde as relações sociais são mais injustas, contraditórias, penosas, ‘custosas’. Compreender uma ação situada, como a Drogalidade Em Ação, implica reconhecer sujeitos individuais e coletivos solidários, incompatíveis com relações sociais antagônicas.”

Para o palestrante a Redução de Danos não pode ser ingênua. “Em vez de tentarmos trazer para o nosso lado os tomadores de decisão, trata-se de infletir o processo de tomada de decisão em favor da população mais vulnerável aos custos humanos do status quo. “ afirma.

Recente pesquisa divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz) em todo o Brasil, nas capitais, entre 370 e 382 mil pessoas usam crack. Catorze por cento delas são menores de idade. O levantamento traça também o perfil dos usuários. São adultos, com idade média de 30 anos, quase 80% deles homens. A dependência dura em média oito anos e o consumo diário é de 16 pedras por dia.  Outro dado importante é que os dependentes fumam crack, na maioria das vezes, em áreas públicas, no meio da rua.

A região que mais concentra usuários de crack é o Nordeste, com 148 mil dependentes. Em seguida está o Sudeste, com 113 mil; Centro-Oeste, com 51 mil; Sul, com 37 mil; e por último a região Norte, com 33 mil. Quarenta por cento dessas pessoas moram nas ruas.  Ainda segundo o estudo, 10% das mulheres estavam grávidas quando foram entrevistadas. O Nordeste também concentra o maior número de crianças e adolescentes que consomem crack, cerca de 28 mil.







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