O tráfico em região de fronteiras, o
enfrentamento ao uso abusivo de drogas e os casos de hepatites virais, Aids e
tuberculose entre as populações fronteiriças foram alguns dos temas discutido
na tarde do primeiro dia do VI Encontro Regional de RD e X Encontro Nacional da
ABORDA, em Boa Vista. A técnica do DN
DST, Aids e Hepatites Virais Marcia
Colombo expôs as diretrizes da pasta
para o tema, a representante do escritório da ONU para Drogas e Crime (UNODC)
Nara Santos analisou os documentos internacionais que tratam do tema e
seus avanços em relação a criminalização
e a garantia de Direitos Humanos.
Felipe David Bittencourt viajou quase 4 mil quilômetros de Santana do
Livramento, fronteira do Uruguai, para apresentar a experiência de redução de
danos nesta região de fronteira. Várias realidades semelhantes e diferentes com
o vivenciado pela região norte foram apresentadas e discutidas nos debates.
Segundo Felipe, a região apresenta taxas elevadas de suicídios, além do acesso
a drogas de forma ampla principalmente por estar em região de fronteira e se
nora assim um aumento de pessoa em situação de rua.
CRACK
A última mesa do dia
teve a apresentação do médico Marcelo Campos, de Minas Gerais, tratou de alternativas de tratamento de
usuários de drogas pela ótica da redução de danos através de conceitos e estratégias. Segundo ele, “ usuários
de crack são mais numerosos onde as relações sociais são mais injustas, contraditórias,
penosas, ‘custosas’. Compreender
uma ação situada, como a Drogalidade Em Ação, implica reconhecer sujeitos
individuais e coletivos solidários, incompatíveis com relações sociais
antagônicas.”
Para o palestrante a Redução de Danos não pode ser ingênua. “Em vez de
tentarmos trazer para o nosso lado os tomadores de decisão, trata-se de
infletir o processo de tomada de decisão em favor da população mais vulnerável
aos custos humanos do status quo. “ afirma.
Recente pesquisa
divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz) em todo o Brasil, nas capitais, entre 370 e 382 mil
pessoas usam crack. Catorze por cento delas são menores de idade. O
levantamento traça também o perfil dos usuários. São adultos, com idade média
de 30 anos, quase 80% deles homens. A dependência dura em média oito anos e o
consumo diário é de 16 pedras por dia. Outro dado importante é que os
dependentes fumam crack, na maioria das vezes, em áreas públicas, no meio da
rua.
A região
que mais concentra usuários de crack é o Nordeste, com 148 mil dependentes. Em
seguida está o Sudeste, com 113 mil; Centro-Oeste, com 51 mil; Sul, com 37 mil;
e por último a região Norte, com 33 mil. Quarenta por cento dessas pessoas
moram nas ruas. Ainda segundo o estudo, 10% das mulheres estavam grávidas
quando foram entrevistadas. O Nordeste também concentra o maior número de
crianças e adolescentes que consomem crack, cerca de 28 mil.
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