domingo, 14 de setembro de 2014

Sobre as experiências vividas na V CONFERÊNCIA LATINO AMERICA SOBRE POLÍTICA DE DROGAS.



As atividade que antecederam a conferência foram uma ótima oportunidade para trocarmos experiências de forma mais informal e com total aproveitamento.
Houveram vários workshops para debater os mais diversos temas, desde do cuidado aos usuários até a influência do trafico de drogas na vida das mulheres.

Eventos Satélites 01/09/2014

·        Acabar com a Guerra às Drogas: Como ganhar o debate na América Latina

Com condução de representantes da United Against Crime,  iniciamos nosso debate com o objetivo de compartilhar as ferramentas e argumentos necessários para a reforma da política de drogas na América Latina com um foco particular sobre a regulamentação legal dos mercados drogas.

·        Reunião da Rede Latino-Americana de pessoas que usam drogas (TBA)
              
Organizado pela Rede Latino-Americana de pessoas que usam drogas (LANPUD), debatemos um projeto de reforma e implementação de políticas coerentes com as realidades e necessidades dos científicos / as usuários / as de drogas.

·        Encontro Continental de ativistas americanos Cannabis Latina

Organizado pelo Coletivo para uma política de drogas abrangente (CUPIHD) e Centro de Estudos da Cannabis Culture (Cecca), a reunião incorporou ativistas centrais de boa parte dos países da América Latina (Costa Rica, Venezuela, México, Porto Rico, Colômbia, Uruguay). Como eixo central ouvimos de cada pais a realidade política e cultural em relação às drogas.
Atualizamos informações sobre as atividades e desenvolvimentos na regulamentação da cannabis em diferentes países da América Latina, com ênfase especial sobre a situação no ativismo Costa Rica.

Eventos Satélites 02/09/2014

·        Encontro de jovens na América Latina

Com condução da Espolea e Costa Rica Associação para o Estudo e Intervenção sobre Drogas (ACEID) participaram jovens ativistas da América Latina que trabalham para a reforma da política de drogas, a fim de trocar experiências e ideias sobre o assunto para a ação. Tivemos uma ótima explanação do debate por Bruno Gonzales (México), e trocamos das mais diversas experiências, desde da saúde a segurança e educação para mudar a política de drogas.

"Ela cresce a partir do pé": Como regular o mercado da maconha, promovendo novas formas de desenvolvimento
Organizado pela Transform / PRODERECHOS. Houve uma reflexão sobre a importância de regular a maconha na América Latina e trazer a discussão de modelos de desenvolvimento desejável na região. E ouvimos do Uruguai, o movimento social PRODERECHOS presente lei que regulamenta a Cannabis no país.


DIA 03/04/2014 – INICIO DA V CONFERÊNCIA

Após a abertura com a participação de várias organizações latino americana, iniciou-se o primeiro painel:

MERCADO DE DROGAS REGULADOS

Um estudo sobre o fracasso do atual sistema internacional de controle de drogas baseada na proibição. Como resultado desta proibição, estamos vendo o tráfico inventar novas formas de consumo, que aumentam de forma latente a incidência de problemas relacionados a esse mal uso. Carmen Rosa de León falou dos riscos que se enfrentam na transição do mercado criminal aos mercados regulamentados e questionou até que ponto as políticas adotadas localmente impactar o resto da região?

Exibição de um pequeno documentário com Jimmy Carter dos Estados Unidos e fundador do Centro Carter.

O CONSUMO DE DROGAS E A SAÚDE PÚBLICA NA AMÉRICA LATINA

Existe uma preocupação crescente em toda América Latina, sobre o uso de drogas sob condições de alta vulnerabilidade social, com a necessidade de um reconhecimento generalizado da necessidade de gerar respostas a partir da abordagem de saúde pública.
Denise Tomasini esclareceu que as necessidades das populações afetadas por esse uso, em maior parte possuem outras demandas sócias básicas, e que existe uma necessidade de maior investimento nas estruturas de tratamento desses usuários.

DROGAS E INCLUSÃO SOCIAL

América Latina é a região com maior índice de desigualdade do mundo. Não apenas na falta de acesso a bens e serviços, mas também em relação ao sexo, educação, etnia, e muitas outras condições sociais. Julita Lemgruber levou a experiência do programa “Braços Abertos”, e animou nossa conferência com a possibilidade de cuidar de usuários lhes dando direito também a dignidade.

DIA 04/04/2014 – FIM DA V CONFERÊNCIA

No segundo dia tivemos boas experiências, citei as falas que mais me tocaram, de grandes profissionais.

DROGAS E VIOLÊNCIA

Vários países da região estão enfrentando níveis extraordinários de violência, que é freqüentemente associada com o tráfico de drogas. Porém, um dos fatores que contribuem para o aumento da violência é a resposta de mão pesada das autoridades com políticas punitivas e militarizadas.
Debatemos quais estratégias poderiam reduzir os atuais níveis de violência.
Juan Carlos Garzón, da Colômbia nos falou sobre a importância de humanizar os serviços que integram esse controle, contou as experiências com o sistema repressivo na Colômbia, e a necessidade latente de atuar de forma humanizada.



POLÍTICA DE DROGAS E DIREITOS HUMANOS

Na América Latina, é comum que promovem a política de drogas de discriminação, rejeição e violência que levam a violações. Houve explanação dos dados da ONU em relação a política proibicionista, e a cada fala reafirmava-se a necessidade de fortalecer e modificar essas intervenções. O Companheiro Luiz Guanabara do Brasil durante a mediação da mesa falou da urgência de debater políticas mais condizentes com a realidade mundial das drogas, reconhecendo o direito de escolha de cada individuo.


 COM VISTAS 2016 UNGASS

A Sessão Especial da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (UNGASS) sobre drogas convocada para 2016 oferece a oportunidade de trazer o debate para o cenário global instalada na América Latina. Quais as oportunidades e os obstáculos estão por vir? É possível construir uma posição de consenso entre os países da região a avançar para propostas de reforma?

Debatemos a necessidade de fortalecimento da sociedade civil junto aos espaços institucionais. Capacitar e preparar profissionais também faz parte de um processo que a América Latina já vive, porém ainda não reconhecemos oficialmente. Estamos prontos para apresentar o relatório desta conferência e propostas para uma guinada na política de drogas e direitos humanos.




Fico muito grata em ter contribuído para esse espaço, na esperança real de trabalho que em breve aprenderemos a lidar com as pessoas e suas individualidades, e poderemos fazer um trabalho importante para uma nova política de drogas e de cuidados. Uma política que não encarcere mais dê dignidade e oportunidade de cuidado e recuperação social.
Nossa vitória não será por acidente.


Ingrid Farias
Mobilizadora da ABORDA-PE

Coletivo Antiproibicionista de PE




0 comentários:

Postar um comentário